O desaparecimento de
Franciele. Este mês estará completando quatro anos que ela se encontra
desaparecida.
Se não me falha a
memória, foi no dia 18 de fevereiro de 2014, que ela avisou os amigos e o seu
empregador, proprietário da lanchonete que trabalhava, dizendo que iria ao
encontro do homem que seria o pai do feto que ela carregava no ventre.
Foi ao encontro de José
Sebastião Boldrim, cuja alcunha, era o “Zé Padeiro”, depois daquela noite nunca
mais fora vista, deixou filhos menores, e seus familiares desesperados.
O maior suspeito de seu
desaparecimento, até chegou a ser preso, mas libertado pela Justiça ficou todos
estes anos foragido. Recentemente localizado pelos agentes policiais, foi preso
novamente, porém nem bem retornou à Porto dos Gaúchos, sequer chegou a ser recolhido sob grades. Concomitante
com sua chegada, veio também enviado pelo Tribunal de Justiça Estadual, seu
alvará de soltura, provindo de uma habeas corpus por ele impetrado perante aquela
Egrégia Corte Estadual.
Revolta geral. Muitos,
revoltaram-se quanto a liberdade conseguida por Zé Padeiro. Pelo visto ainda não há um
inquérito concluído, não há ainda um processo formalizado por denúncia do
Ministério Público. Nada há contra ele!!! Zé Padeiro continua livre e solto.
Os pais e os filhos de
Franciele, choram seu desaparecimento, e a pergunta que não cala, “onde estará
Franciele” ?!! Que deve ter sido morta, ninguém mais tem dúvidas, só não há um
corpo.
E o seu possível algoz,
aquele que dissera que nem a conhecia, ou muito menos tinha contato com ela,
quiçá desmentido pela quebra do sigilo telefônico, continua impune, rindo da
sociedade portogauchense, deleitando-se da revolta de todos nós.
Outro revoltado com esta
situação, e o senhor Luiz Bernardes Neto, popularmente conhecido pelo apelido
de “calango”. Calango esteve recolhido sob grades, por 28 dias no presídio
local, e depois de solto utilizou “tornozeleira” eletrônica por 08 meses,
sofrendo toda sorte de humilhação, por ter sido incluído como suspeito de ter
participado da morte de Franciele.
Zé Padeiro navega nas
águas tranquilas da impunidade, enquanto frustra os anseios de toda comunidade
portogauchense. Veleja favorecido pelas falhas técnicas de um inquérito que
tudo indica, ainda não foi concluído.
E Franciele,
desaparecida, quiçá morta, e se morta, bem ocultada, aos poucos vai sendo esquecida pelo passar dos
anos. Seus familiares choram lágrimas inúteis e inaudíveis pois o Zé Padeiro
continua impune.
Kalil Gibran, escreveu
uma ocasião que, “operemos ao mal um mal maior, e diremos: É a lei? E
combateremos o vício com outro vício pior, e diremos: É a moral? E lutaremos
contra o crime com crimes mais cruéis, e diremos: É a justiça?”
Justiça!!! Gritam os leigos.
Revolta !!! Gritaram a sociedade. E o tempo cuida de sepultar as lembranças de uma mulher, cujo erro foi de se envolver com um canalha assassino. Errou em contar
para ele que estaria grávida de um filho seu.
Alguns hipócritas talvez
até digam, que o erro seria somente dela, por ter se envolvida com “Zé
Padeiro”, de ter se relacionada com ele. Pergunta-se, um erro justifica
outro?!!
Não existe um corpo, mas
há fortes indícios que levam a solidificação da autoria de “Zé Padeiro”, no
desaparecimento de Franciele e consequentemente do filho que carregava em seu
ventre.
Só restará aquietar
vossos corações, conformar com as
citações contidas no Novo Testamento, quando Jesus subiu a montanha para
proferir seu famoso sermão. Para os familiares de Franciele “bem-aventurados os
que choram, porque eles serão consolados.” E para todos aqueles que gritam por
providências, “bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, por que eles
serão fartos;” (Mat. 5, v 4 e 6).
Parabéns a Franciele por
ter simplesmente desaparecido!!! Parabéns a crueldade!!! Parabéns a
impunidade!!! Parabéns a todos aqueles que se fazem de esquecidos!!! Dia 18 de
fevereiro completa somente 04(quatro) anos de todo este bárbaro acontecimento. Por
fim, somente nos restam a Justiça Divina.