terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Parabéns!!! Já se passaram quatro anos.

  O desaparecimento de Franciele. Este mês estará completando quatro anos que ela se encontra desaparecida.
  Se não me falha a memória, foi no dia 18 de fevereiro de 2014, que ela avisou os amigos e o seu empregador, proprietário da lanchonete que trabalhava, dizendo que iria ao encontro do homem que seria o pai do feto que ela carregava no ventre.
  Foi ao encontro de José Sebastião Boldrim, cuja alcunha, era o “Zé Padeiro”, depois daquela noite nunca mais fora vista, deixou filhos menores, e seus familiares desesperados.
  O maior suspeito de seu desaparecimento, até chegou a ser preso, mas libertado pela Justiça ficou todos estes anos foragido. Recentemente localizado pelos agentes policiais, foi preso novamente, porém nem bem retornou à Porto dos Gaúchos,  sequer chegou a ser recolhido sob grades. Concomitante com sua chegada, veio também enviado pelo Tribunal de Justiça Estadual, seu alvará de soltura, provindo de uma habeas corpus por ele impetrado perante aquela Egrégia Corte Estadual.
  Revolta geral. Muitos, revoltaram-se quanto a liberdade  conseguida por  Zé Padeiro. Pelo visto ainda não há um inquérito concluído, não há ainda um processo formalizado por denúncia do Ministério Público. Nada há contra ele!!! Zé Padeiro continua livre e solto.
  Os pais e os filhos de Franciele, choram seu desaparecimento, e a pergunta que não cala, “onde estará Franciele” ?!! Que deve ter sido morta, ninguém mais tem dúvidas, só não há um corpo.
  E o seu possível algoz, aquele que dissera que nem a conhecia, ou muito menos tinha contato com ela, quiçá desmentido pela quebra do sigilo telefônico, continua impune, rindo da sociedade portogauchense, deleitando-se da revolta de todos nós.
  Outro revoltado com esta situação, e o senhor Luiz Bernardes Neto, popularmente conhecido pelo apelido de “calango”. Calango esteve recolhido sob grades, por 28 dias no presídio local, e depois de solto utilizou “tornozeleira” eletrônica por 08 meses, sofrendo toda sorte de humilhação, por ter sido incluído como suspeito de ter participado da morte de Franciele.
  Zé Padeiro navega nas águas tranquilas da impunidade, enquanto frustra os anseios de toda comunidade portogauchense. Veleja favorecido pelas falhas técnicas de um inquérito que tudo indica, ainda não foi concluído.
  E Franciele, desaparecida, quiçá morta, e se morta, bem ocultada,  aos poucos vai sendo esquecida pelo passar dos anos. Seus familiares choram lágrimas inúteis e inaudíveis pois o Zé Padeiro continua impune.
Kalil Gibran, escreveu uma ocasião que, “operemos ao mal um mal maior, e diremos: É a lei? E combateremos o vício com outro vício pior, e diremos: É a moral? E lutaremos contra o crime com crimes mais cruéis, e diremos: É a justiça?”
  Justiça!!! Gritam os leigos. Revolta !!! Gritaram a sociedade. E o tempo cuida de sepultar as lembranças de uma mulher, cujo erro foi de se envolver com um canalha assassino. Errou em contar para ele que estaria grávida de um filho seu.
  Alguns hipócritas talvez até digam, que o erro seria somente dela, por ter se envolvida com “Zé Padeiro”, de ter se relacionada com ele. Pergunta-se, um erro justifica outro?!!
  Não existe um corpo, mas há fortes indícios que levam a solidificação da autoria de “Zé Padeiro”, no desaparecimento de Franciele e consequentemente do filho que carregava em seu ventre.
  Só restará aquietar vossos corações,  conformar com as citações contidas no Novo Testamento, quando Jesus subiu a montanha para proferir seu famoso sermão. Para os familiares de Franciele “bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” E para todos aqueles que gritam por providências, “bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, por que eles serão fartos;” (Mat. 5, v 4 e 6).
Parabéns a Franciele por ter simplesmente desaparecido!!! Parabéns a crueldade!!! Parabéns a impunidade!!! Parabéns a todos aqueles que se fazem de esquecidos!!! Dia 18 de fevereiro completa somente 04(quatro) anos de todo este bárbaro acontecimento. Por fim, somente nos restam a Justiça Divina.



sábado, 3 de fevereiro de 2018

Uma singéla e subjetiva comparação.



  Dias atrás, andava eu próximo a mata que circunda os limites de minha fazenda, em busca de um arbusto com tronco retilíneo que eu pudesse utiliza-lo como cabo de uma enxada.

  Caminhava cauteloso, escolhendo os locais onde pisava, preocupado com os peçonhentos que habitam as folhas secas do chão, mas sem descuidar das abelhas, vespas e marimbondos, que costumam edificar seus ninhos entre as folhas das árvores.

  É que depois de todos estes anos, desenvolvi uma reação alérgica, por picadas de abelhas e marimbondos, dos quais por duas ocasiões me mandara para o hospital, sendo que na última, para infelicidades dos meus inimigos, quase deixei a vida terrena.

  Segundo o alergista que consultei posterior a isto, a culpa seria de um “gens”, que despertara com o propósito de ferrar comigo, juntamente agora quando passo pela casa dos 6.0.

  Voltando ao assunto inicialmente, sobre minhas andanças pela mata pude observar, uma monstruosa árvore de troco relativamente grosso, e de  altura que calculei, ser de 15 metros ou mais.

  Parei próximo ao gigantesco ser vivo, apreciando sua grandiosidade, bem por que, havia pousado sobre seus galhos, algumas araras aproveitavam àquela hora do dia para fazer muito barulho com seus tradicionais gritos.

  Por alguns momentos esqueci, do meu objetivo inicial, arrumar um cabo de enxada, e "encabar" a ferramenta que se encontrava a muito “descabada” e abandonada em um canto do barracão.

  Olhando aquela imensa árvore, pude observar, que seus galhos estavam tomados por parasitas,  pequenas plantas e outros insetos como os cupins, que também usavam seus galhos mais grossos como morada. Pensando comigo mesmo, fiquei imaginando que todos aqueles parasitas viviam daquela enorme e frondosa árvore.

  Ao aproximar-me um pouco mais do seu tronco, cauteloso como havia inicialmente escrito, olhei para o chão e vi inúmeras sementes de outras árvores, germinando entre as folhas mortas acomodadas no solo da mata. Certamente muitas daquelas sementes, foram trazidas até ali, por pássaros, morcegos e outros animais silvestres.

  Porém uma daquelas plantinhas em germinação, me chamou atenção, pois estava um pouco mais crescida do que as demais, aproveitando um pouco dos raios do Sol, que escapava entre os galhos mortos daquela imensa árvore que ali a mais tempo existia. Aquela pequena planta estava buscando um lugar ao sol, para poder crescer e quiçá produzir flores e frutos.

  Vendo aquela cena de sobrevivência vegetal, fiquei comparando com algo que poderia ser visto como exemplo comparativo para todos nós. Aquela grande árvore crescida, frondosa, e tomada por diversos parasitas, poderia ser comparado ao “Governo” no sentido lato da palavra. E aquela outra, tentando crescer para posteriormente frutificar, poderia ser o indivíduo, um empresário, ou qualquer outro cidadão, em busca de privada sobrevivência, porém com muitas dificuldades criadas pelo monstro que lhe fazia sombra.

  Deixei o local pensativo, para logo após encontrar uma outra árvore maior ainda, podendo notar em seu troco, uma raiz que descia até o solo, e que aos poucos, como um aliem, digno de um filme de ficção, que lentamente iria envolvendo aquela enorme árvore até finalmente esmaga-la, usando do seu tronco para sua sustentação.

  Aquela raiz que eu avistara, era na verdade de uma figueira, cuja semente talvez tenha sido levada até lá por pássaros ou até mesmo pelos morcegos em suas fezes, após ter ingerido o fruto de uma outra, depositando-a em um local qualquer no tronco de sua hospedeira, possibilitando assim sua germinação.

  Assim também será com o Governo e seus parasitas, um dia uma  sementinha, irá geminar em seu troco, apodrecido, carcomido pela corrupção, inerte pela burocracia, e, certamente irá aos poucos domina-la, pela sensatez, Justiça e principalmente pelos anseios da liberdade, que ainda verei de frutificar neste nosso sofrido país.