Alguns dias passados,
nossa cidadezinha assistiu horrorizada uma série de operações policiais, comandada
pela autoridade policial local, que culminou com a desnecessária prisão de
algumas pessoas.
É importante deixar
claro, quando me refiro a desnecessidade de uma prisão, é quando vejo pessoas
serem conduzidas ao presídio e submetida a toda sorte de humilhação, somente
com o escopo da satisfação pessoal e cinematográfica da autoridade condutora,
sinto que se instala em silêncio uma odiosa ditadura.
Recentemente, atuei como
advogado, em uma situação onde uma senhora, (não irei citar nomes para
preservar sua identidade), que após ter sua casa vasculhada pela polícia foi
conduzida presa, por que lá havia algumas armas pertencentes ao seu marido.
Interessante, que por
mais que seu marido, que na ocasião encontrava-se em outra localidade, ligasse
e afirmasse que as armas eram suas, os policiais sob o comando do Delegado da
Polícia Civil a levaram presa, e esta senhora, teve que dormir uma noite
naquele ambiente degradante.
O Delegado de Polícia,
talvez na ânsia de querer mostrar serviço ignorou o princípio legal, de que
todos são inocentes até que se prove o contrário. Muitos cidadãos, velhos
moradores desta urbe, já sofreram com a falta de respeito da autoridade
policial. Foram humilhados e chacoteados em seus direitos e submetidos a uma
situação vexatória perante a comunidade como se bandidos fossem. A exemplo
disto, cito o ocorrido com o Senhor Ernani Ribeiro de Almeida, velho conhecido
de todos nós portogauchenses. Para mim, isto é abuso de autoridade.
O mais estranho de tudo
isto, é o silêncio irritante daqueles que se dizem representantes do nosso
povo. Sim, estou me referindo ao Prefeito Municipal e principalmente a todos
Vereadores, que assistem tais desmandos calados e nada fazem em defesa daqueles
que lá os colocaram como seus mandatários.
Em minha opinião, como
advogado e antigo morador destas paragens, acho que a autoridade policial,
antes de tomar certas atitudes truculentas, deveria investigar a pessoa como
mais cautela, evitando assim submete-la a uma situação vexatória. Aliás, Porto
dos Gaúchos, não é tão grande assim, onde as pessoas ainda não se conheçam
suficientes. Não é verdade?!!!
Outro fato, repugnante é
o fato, de tornar público tais operações expondo ainda mais o direito de imagem
daquele cidadão objeto da exacerbada, e muitas das vezes desnecessária ação
policial.
Nesta última ação, foi
arrombado um cofre com uso de maçarico em uma oficina local, onde, segundo os
presentes, a autoridade policial, naquele momento, falava alto e bom tom, que o
cofre estaria repleto de cocaína. Atitude vexatória, pois acusou o proprietário
do cofre do uso ou tráfico de drogas, sendo que no cofre inutilizado pela ação
policial, somente havia documentos pessoais e uma correntinha de ouro.
Aliás, quanto a isto, é importante
abrir uns parênteses, quando o delegado chamou os familiares daquela senhora a
muito desaparecida, e exibindo aquela jóia, dizia ser pertencente a
desaparecida, e mostrando as armas apreendidas, dizia serem as mesmas
utilizadas para o sumiço daquela mulher. Lógico que foram negadas pelos
familiares da desaparecida.
Será desespero da
autoridade policial?!!! Será desespero por ter dito no passado que rasgaria seu
diploma se não prendesse o autor do crime?!!! Eu não vi ou ouvi a infeliz
declaração, somente me disseram em boca pequena, que isto havia ocorrido.
Os comentários absurdos e
ofensivos utilizados nestas operações policiais, atingiram até mesmo a pessoa
deste advogado, e certamente será objeto de representação perante a
corregedoria de polícia e do próprio Ministério Público, no seu devido tempo
Cobro aqui neste blogue,
de forma pública e aberta, uma atitude das demais autoridades municipais, como
Vereadores, Prefeito, Ministério Público e Poder Judiciário, que pelo menos
chamem a atenção da autoridade policial, para que este se abstenha desta nociva
prática, evitando assim a exposição vexatória das pessoas de bem desta urbe.
Não estou querendo
obstaculizar a ação da polícia, pois é dever institucional que façam o serviço
que lhes é de responsabilidade, porém o faça com respeito e observância aos
princípios constitucionais.
Não é porque se carrega
uma insígnia pendurada no peito, e uma arma no coldre que pode agir de forma
truculenta e vexatória, contra pessoas antigas moradores desta cidade.
Suspeitar pode. Investigar deve. Respeitar sempre. Esta é uma regra importante
a ser seguida.
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