Kuimba’e Karape, tornando-se cacique daquela pequena
tribo, novamente buscou em Tupã, apoio
para prorrogar por mais uma vez seu cacicado, mesmo sabendo que o entristecera com promessas não cumpridas.
Adentrou na grande mata,
e clamou por Tupã, mais este não lhe respondeu. Por várias ocasiões Kuimba’e
dirigia-se floresta adentro gritando por Tupã, até que uma noite, ouviu-se o
rimbombar de um trovão, cujo estrondo ecoou pela mata. Era Tupã, que incomodado
pelos clamores de Kuimba’e Karape, dava ar de sua ira.
Com a voz de muitas
águas, Tupã indagou a Kuimba’e Karape, o que ele pretendia agora?!! Kuimba’e
Karape, dissera então: - Tupã, pai das matas, e das Tribos que vive nela, ajude
Kuimba’Karape, a ser novamente cacique. Kuimba’Karape, promete não mais decepcionar
Tupã. E novamente Tupã, concedeu a ele que fosse escolhido Cacique por um
período de 48 luas cheias.
Iniciado seu segundo
cacicado, Kuimba’e Karape esqueceu novamente de suas promessas, voltando a
cercar-se de outros índios bajuladores e inescrupulosos. Em sua taba oficial,
Kuimba’e Karape, inflamou com muitos outros índios, para desfrutarem de sua
farta mesa.
Os demais integrantes da
tribo, tinham que caçar e colher frutos no mato, para sustentar o cacicado de
Kuimba’e Karape, e eles não gostavam nada disto.
Kuimba’e Karape passou
então de cercar-se de índios de outras tribos, para que este prestasse a ele
sua honra. E assim os indígenas estrangeiros, também participavam da sua mesa.
Tupã então, vendo o
sofrimento daquela tribo, e a arrogância e insensatez do seu cacique,
amaldiçoou-os, pois novamente havia sido enganado por Kuimba’e Karape. Colocou
neles um encantamento deixando-os desnorteados para conduzi-los próximo a uma
lagoa, e chegando lá os atirou em suas águas, transformando-os e peixes e
outros insetos.
Foi assim que originou as
Traíras, “Marubás” e Sanguessugas nos rios, tornando-se símbolos da traição e
ganancia humana. Surgindo o ditado, de que a Traíra mesmo sem a buchada
pode morder e ferir.
FIM.
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